MARATONA TEATRAL DE FÉRIAS

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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

POESIAS DA MEIA-NOITE

Passei uns dias sem postar poesias. E agora estou de volta. Nesta seção a que chamo POESIAS DA MEIA-NOITE reúno alguns poemas que trazem um eu lírico errante das madrugadas, mais instintivo, animal, uma coisa de pele e pavio.


CAÇADA

Não quero falar da chuva

O vento varrendo as folhas

O cheiro molhado de terra

Não me inspira



Apenas o uivo da madrugada

Aquecendo esta noite fria

Cai como uma luva

Mantém acesa a chama da pantera



Bicho acuado ruge

Afugenta a sombra da maldade

Espreita-me no doce sereno da lua

Como quem vive uma eterna caçada



ENCOSTAS DE AREIA

Brincávamos nestas encostas de areia
O mar se recolhia pra dar margem a nossas fantasias
E de manhã quando a onda vinha banhar nosso suor
O sol a pino tagarelava as delícias de uma noite plena
 

BRINDE

Um brinde ao desejo
A camisa suja de batom
A marca de unha no pescoço

Um brinde ao despudor
Às vontades secretas saciadas
Paredes, espelhos escalados

Um brinde ao acaso
Uma mão um empurrão um amasso
Uma pegada um bilhete uma estrada



VIÇO



 Tenho viço de viver

Me espojar nestas areias escaldantes 
Rolar estas escadas da alma

Os desníveis do desejo



Não abro os braços pra ti

Mas me empapo do teu pão

E rio com tuas putas nas calçadas

Copacabana não me engana



Ah! Esta brisa quente!

Crente que é para ela que suspiro

Não vê que me enleio entres os morros

Busco os cumos, os picos

E morro de êxtase nas sacadas

Que serpenteiam estas manhãs



Oh! Mar! Se umedeço não é do teu sal

Tampouco são lágrimas que marcam estes dias

Tua areia é pântano de sabores

Que escorrem pelo meu corpo inteiro

Explosões de sentimentos, carícias e sensações

Evapora e se derrama cálida chuva de verão
 

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