MARATONA TEATRAL DE FÉRIAS

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sábado, 19 de outubro de 2013

MURAL DE POESIA: HOMENAGENS I

Posto agora algumas das muitas poesias inéditas, que aguardam publicação. Por enquanto vou publicando apenas na NET, no blog... Arrisco-me a homenagear amigos e até a mim mesmo com meus versos, como no poema que abre a sessão homenagens: Do que em mim se fez cena onde eu de forma poética de minha carreira no teatro. O segundo homenageia a grande atriz Lari Sales, o terceiro homenageia Antonio Carlos Oliveira Sousa (o Palhaço Pancinha), texto que escrevi quando ainda trabalhávamos na TELEPISA. E o quarto e último homenageia meu amigo José Dantas Martins.



Do que em mim se fez cena

Dançando a dança no ato no entreato
Servi-me de cabeça numa bandeja
Vulnerável feito jenipapo
Vida e morte em campo de batalha

Fada bruxa professora cafetina
Envolvi-me numa barrela
Elétrico surtei na cidade substituída
Vivi o auto da barca no inferno

Marcado pela culpa
(In) consequente
Viajei na máquina do tempo
17 minutos antes de você

Desmontado o circo
Anfíbio jururu imergi na lagoa
Velejei à deriva numa jangada de pedra
Sob um sol sanguíneo

Apareci Margarida
Vaqueiro de meus sonhos ardi em Marvão
Manicaca de meus versos
Embrenhei-me pelas veredas: muitos sertões

Salvei minha lírico-épica naufragado nas águas profundas
Alienista experimentei voos rasantes a bordo de uma Vassoura.
Perdi meu diário
Fiz-me anjo.




LARI SALES


Raimunda das raimundas
Senhora das margaridas
Amando aprendendo a ser amada
Do itararé à baixa da égua
Sempre rainha

Santa profana professora
Hoje ontem quinze anos depois
Mosaico de cores e luzes flicts
Mãe opressora Bernarda Adelaide
Saltimbanco palhaça meretriz

Rosário desfiado cena a cena
rastros percalços sucessos e dores
No picadeiro no palco na rua
Equilibrando-se no piso falso
Do vão de cada dia




PALHAÇO
Dedicado ao Palhaço Pancinha (Antonio Carlos)


Cara pintada
Cara da esquina
Cara lavada
Encena

Cara da alegria
Cara da palavra
Cara da magia
Cênica

Cara do improviso
Cara das mil caras
Cara do sorriso
Largo

Cara das cantadas
Cara da ribalta
Cara de palhaço
Palhaço



ARTESÃO DE DESTINOS
  

Dedico este poema ao grande amigo JOSÉ DANTAS MARTINS,pela sua coragem de sonhar, pela sua ousadia e perseverança em não abrir mão do seu sonho.



Na minha vida corre um rio
Marginal fico à deriva de mim mesmo
Um sonho que plantei na minha terra
Menino que fui artesão de destinos

Entre penhascos construí minha morada
Da pedra arranquei o meu suor
E mergulhei no verde que se abria
Marcando meu caminho pó a pó

Traço minha rota cavo o meu rumo
Abro a cortina e me exponho peito aberto
O risco que no chão rasguei
Abriu-se em flor na noite escura
Ensolarando lajedo mineral

Passo a passo fiz o laço
Cabeça erguida sigo cada passo desta via
O elo entre mim e o infinito
Réstias do mesmo sol mineral
A expandir-se redemoinhando planos

Tropeços, abraços, quedas, aplausos, solidão
Um carrossel desgovernado a fugir da trilha
Mas grande redondo liso escama como peixe
Sendo o mesmo menino de outrora feito homem
Transito entre amores, dores, pecados e perdão
 

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