INSÂNIA
Poema que fiz a partir das inquietações vividas sob as labaredas do FOGO
do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes, sob direção de Adriano Abreu - uma adaptação
livre do conto homônimo de Vitor Gonçalves Neto - e
interpretações de Vitor Sampaio, David Santos, Carlos Augusto Aguiar e
Erica Smith. Produçã, maquiagem e OFF de Silmara Silva; Iluminação de
Pablo Ericksson.
INSÂNIA
As casas lampejam a fúria
Ardem todas as horas da agonia
Espalham-se gemidos sussurros e gritos
E paira estátua nuvem densa sobre a cidade
A dança rodopia o ritual da chuva
E a língua ardente degusta a inocência
Crepitam vidas mártires do abandono
Carbonizam vivos sonhos estancados
A prece apressa a dor e fulmina o âmago
Lâmina febril desvairada in seco
Acesa fagulha que consome o credo
Berra a insânia de não ter caminho
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