De São Luís - Ma, a Companhia Direto da Fonte traz à cena teresinense uma
adaptação do texto Rimbaudemonio:
traições, colagens e iluminações no inferno escrito pelo poeta Celso Borges
em 2007 quando ainda morava em São Paulo.
As apresentações acontecerão dias 16 e 17 de maio, 20h no TEATRO ESTAÇÃO (TRILHOS) - Av. MIguel Rosa. CLASSIFICAÇÃO: 18 ANOS. Os ingressos custam R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia). A VR PRODUÇÕES assina a produção local, com apoios do GRUPO HARÉM DE TEATRO, FM Universitária, FM CULTURA, Antares 0800, TV Antares, TV Assembleia e TV Cidade verde. Maiores informações através dos fones 86 8822-6146 / 9917-3647 / 8168-5444.
A peça Rimbaudemonio tem
direção de Charles Melo e atuação de Raimundo Reis (como o demônio) e Ruan do
Vale (como Rimbaud).
“Depois de beber
inspiração no cálice satânico para escrever alguns dos versos mais belos de sua
época, Rimbaud abandona a poesia. Antes, porém, sente-se no dever de comunicar
isso ao seu grande mestre e para isso vai visitar o diabo no inferno, que se
revolta contra ele”, diz Celso Borges no texto de abertura (leia abaixo).
Rimbaudemonio é inspirado em cinco tradutores do poeta francês, que alimentaram a construção do texto: Augusto de
Campos, Ivo Barroso, Lêdo Ivo, Maurício Arruda Mendonça e Rodrigo Garcia Lopes,
além de ensaios de Wallace Fowlie, Henry Miller, Edmund Wilson e Peter Stanford;
e inspirações libertárias do Gênesis, de Roberto Piva, de Charles Baudelaire e
do clássico Simpathy for theDevil, da dupla Jagger e Richards, da banda
de rock Rolling Stones.
“ O Texto do Celso
Borges apesar de todos os méritos literários nos dava muito pouco de indicações
de ações cênicas, era um desafio em estado bruto. O que fizemos então com o
texto parece muito com o que ele fez com o Rimbaud; Traições, colagens e
iluminações “no palco”. A poética da palavra foi complementada pela poética do
gesto, da imagem, dos sons e da própria existência das personagens. Nosso
demônio é um misto de Verlaine, Alter-Ego do próprio Rimbaud e senso comum
questionado. Nosso Rimbaud é um menino sensível e confuso, e a peça como um
todo parece dizer que, com a partida de Rimbaud para a África, o romantismo do
século XIX está definitivamente morto e enterrado. Ele deu o seu recado: É
preciso ser absolutamente moderno.
Misturamos cinema e teatro, carinho e violência, álcool e poesia, nudez e
roupas pesadas para contar essa dolorosa historia de um poeta único, magistral,
abandonando a poesia”. Diz o diretor Charles Melo
FICHA
TÉCNICA
RIMBAUDEMONIO
Figurino,
iluminação, cenografia e direção: Charles Melo
Elenco:
Raimundo Reis e Ruan do Valle
Fotografia:
Evandro Martin
Edição
e som: Edemar Miqueta
O GRUPO
A
Companhia Direto da Fonte existe informalmente desde 1992 quando tinha o nome
de H3ASO4 Produções. Com essa designação montou os espetáculos “Terceira Canção
de Muito Longe”, roteiro de Charles Melo e poemas de Mario Quintana, tendo se
apresentado em São Luís, Rio de Janeiro, Teresina, Imperatriz e Belém; “O
Sótão” de Ivan Sarney com direção de Tácito Borralho; “O Moço que Casou com
Mulher Braba” de D. Afonso Manoel com direção de Charles Melo; “As Aventuras do
Super-Espantalho contra o Dr. Corvo” de Ivo Bender com direção de Geraldo
Iensen; “Biedermann e os Incendiários” de Max Fricht com direção de Charles
Melo. Já com o nome de Companhia Direto da Fonte montou “A Cigarra e a
Formiga”, “Camões Diet” “Poemas para
Che” e “Toilet”, todos com texto e direção de Charles Melo, e “Rimbaudemônio”,
de Celso Borges com direção de Charles Melo. O próximo projeto do grupo é uma
adaptação dramatúrgica de Inaldo Lisboa do romance “Noite Sobre Alcântara”, de
Josué Montello. A montagem acabou de ser aprovado na lei de incentivo cultural
do Estado e os ensaios devem começar em outubro para estrear em março de 2014.
O DIRETOR
Charles
Melo é graduado em Teatro pela UFMA, morou e no Rio de Janeiro onde teve aulas
com Maria Clara Machado, Brasília onde trabalhou com vários diretores, entre
eles o diretor uruguaio Hugo Rodas e em Belo Horizonte onde trabalhou no
Sated/MG. Ganhou dois Prêmios Cidade de
São Luis que resultaram na publicação do romance “Outro Dia” e da peça teatral
“Toilet”. Escreveu e dirigiu o curta-metragem “Dormir e Acordar”. Dirigiu os
espetáculos “Quem Roubou meu Anabela” em Brasília/DF, “Terceira Canção de Muito
Longe”, “O Moço que Casou com Mulher Braba”, “Camões Diet”, “Biederman e os
Incendiários” “A Cigarra e a Formiga”, “Poemas para Che”, “Toilet” e
“Rimbaudemônio” trabalhou como ator nos espetáculos “O Sótão” com direção de
Tácito Borralho, “A Capital Federal” com direção de Ubiratan Teixeira, “O
Pleito” com direção de Domingos Tourinho, “Ana do Maranhão” com direção de
Cassia Pires. Atualmente está dirigindo a montagem do espetáculo “Entre Quatro
Paredes” de Jean Paul Sartre, com previsão de estreia para final de abril
deste.
Quando o mundo estiver reduzido apenas a um bosque negro
para os nossos quatro olhos espantados, - a uma praia para duas crianças fiéis,
- a uma casa musical para a nossa clara simpatia, - eu te encontrarei.
Não haja aqui senão um velho só, belo e tranquilo,
rodeado de um "luxo inaudito", - eu estou aos teus joelhos.
Estendi cordas de campanário a campanário; guirlandas de janela a janela; correntes de ouro de estrela a estrela, e danço.
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