MARATONA TEATRAL DE FÉRIAS

MARATONA TEATRAL DE FÉRIAS

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PROSA E VERSO PARA TERESINA



CARTA ABERTA PARA TERESINA

 Sabe, Teresina. Quero te confidenciar uma coisa: em outros tempos cantei muito tua história, teus heróis, teus mitos. Mas hoje não. Olhando cada face, cada rua aqui, cada rio, cada praça ali, encho-me de uma certeza inevitável: tua carne é urdida de fibra, sangue e suor de cada ser teu, que te recebe e te abraça a cada romper de um novo dia.

A cidade se revela fazendo brotar de todos que te teresinam o orgulho e o respeito de sermos nós sendo cada traço desta tela que colorimos. E nesta trilha aberta, onde esbarro na face multifacetada desta cidade, enquanto firmo o olhar no horizonte que se figura no fim sem-fim da estrada, deixo-me arejar pelo coqueiro que enamora a bela carnaúba que faz cera relutante em se entregar à boca da noite.

Ainda conservas em ti a candura das palavras eternas. Nas crenças, nas lendas, na fé. Tradições que se mantém vivas; na madeira e no barro que se fazem história na mão do homem que os eterniza em seu suor – sala de visita aberta para o mundo.

Como esquecer-te? Teus domingos de sol na coroa do Parnaíba. Dançar um forró agarradinho e depois cair nos braços da morena, que faceira, espicha olhar do jovem cabeça-de-cuia, que sai do seu mundo pra assustar moças donzelas em noite de lua cheia.

E quando a noite desce seu manto... moça namoradeira, num se pode acreditar!, acende a luz no coração do bêbado incrédulo, desafiante das madrugadas famintas de amor. Histórias de assombrar. Crianças que caem em sonho profundo, que boi vem pegar... Laços de fita, tramas do amar. Ah! As tertúlias do Clube dos Diários, belos bailes, alegrias de Momo, noites de nunca mais...! E nas palavras do poeta e no lábio doce da menina, existirmos... a que será que se destina?

Teresinar: cantando tua vida – criatividade, inventividade, força e arte do teu povo. Perceber, na mão que trança as folhas do abano, o agito do leque nas tardes quentes; que o suor do homem simples que labuta  cada esquina tua, fertiliza esta terra prenhe de histórias e vidas que se misturam no vaivém da metrópole; que o rio que encalha a produção, escoa sonhos e delírios na mente imaginativa do poeta. Reconhecer em cada rosto que passa, cada palavra cantada em verso e prosa, em riso e lágrimas de concreto armado, o futuro de uma história que segue sua trilha sem perder de vista os passos que o tempo deixa cravados em cada um de nós.





Vitorino Rodrigues

*Texto escrito para o espetáculo “Eu Teresino”, comemorativo dos 153 anos de aniversário de Teresina, em 2005.

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TERESINA EM CORSO


Corre corre toda a gente
Carro moto pé bike caminhão
Linha reta curva qualquer patente
Qualquer rota que leve à emoção

Alegria estampada em cada peito
Irreverência no pai neto avô cara machão
A cidade se encontra em corso encontro perfeito
Donzela noiva mulher dama cafetão

Até o que não passa se arrasta pega fogo
Socorro chama guarda batedor médico de plantão
Tudo o que não importa neste jogo
É a magia deste feito ficar na mão

Neste cenário a avenida desfila
Gente de toda a gente marechal barão
Povo que se uniu bairro ajuntamento vila
Teresina é o mundo mostrando sua cara pra nação

Vitorino Rodrigues
*Texto escrito para reverenciar o Teresina por realizar o MAIOR CORSO DO MUNDO - Entrada para o Guiness Book, em 2012.

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CIDADE LUZ

Cidade luz

Irradia os acordes

Marca o passo da canção

Abre a lente do poeta



Arda a arte

Teresinando esta cidade

Eternizada em nós

Em versos que sublimam dores

Amores dedilhados ao violão



Crava a clave da melodia
Reinventa tua palavra

Congela o pulsar da tua gente

Barro, vida, luz

Vitorino Rodrigues
  *Texto escrito para o espetáculo “Eu Teresino”, comemorativo dos 153 anos de aniversário de Teresina, em 2005.
 

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